E se o seu carro consumisse apenas dois litros de combustível para rodar 100 quilômetros? Hoje, esse número ainda é um sonho para milhares de motoristas que gastam tempo e dinheiro na bomba de combustível, mas é possível que se torne realidade amanhã.
O grupo HEF, com sedes em Andrézieux-Bouthéon e Saint-Etienne, na França, está trabalhando neste assunto no âmbito do projeto nacional chamado Imotep (Clean Engine Innovation) com participação de instituições como Total, Universidade Jean Monnet, Ecole Centrale Lyon, Porsche, Volkswagen, Citroën e Peugeot.
De acordo com o co-presidente da HEF, Philippe Maurin Perrier, “os fabricantes de motores a combustão interna dispõem cada vez menos de meios para realização de testes, pois os recursos de P&D estão direcionados a outras tecnologias. No entanto, é provável que os motores a combustão existam até 2050. Assim, é indispensável trabalhar em seu melhoramento, na redução do atrito e, portanto, na redução do consumo de combustível. Os fabricantes poderão acessar esta plataforma ou nos contratar para realizar atividades de P&D por eles”. Os maiores fabricantes de motores já demonstraram interesse no assunto.
A HEF é especializada em engenharia de superfícies. Como tal, sua função é produzir revestimentos de superfície para motores. Como parte do projeto Imotep, a HEF espera reduzir o atrito em motores de veículos com revestimentos inovadores. Objetivo: reduzir as emissões de CO2 do veículo em 5 a 10%, e diminuir o consumo de combustível.
“Para realizar este projeto, faltavam meios de caracterização de atrito”, acrescenta Perrier. Por conta disso, a empresa decidiu fazer isso de maneira grande. Uma plataforma de P&D de 1.000 m² especificamente dedicada a investigar problemas de atrito será construída na Fábrica 5000 (em frente à Cité du Design) e contará com equipamentos de altíssimo nível.
Esta plataforma, criada em parceria com a Universidade Jean Monnet, Ecole Centrale Lyon e INSA, representa um investimento de 7 milhões de euros. Ela acolherá fabricantes de motores de todo o mundo para a realização de pesquisa, desenvolvimento e ensaios tribológicos. O trabalho deve começar dentro de algumas semanas e durar um ano.
Segundo Danilo Assad Ludewigs, diretor geral da HEF Durferrit do Brasil, “os fabricantes globais poderão se beneficiar desta distinta plataforma de P&D na França, tendo a segurança de que as modernas tecnologias e soluções para redução de atrito, aumento de resistências ao desgaste, fadiga e corrosão disponibilizadas pelo grupo HEF poderão ser encontradas no Brasil.
O grupo HEF opera atualmente com 5 unidades industriais no Brasil: a HEF Durferrit, divisão responsável pelos desenvolvimentos técnicos e relacionamento comercial com clientes, além de 4 unidades TS (Techniques Surfaces) em que as tecnologias do grupo HEF são oferecidas através de prestação de serviços, dentre elas a TS Mogi Guaçu, maior centro de revestimentos de baixo atrito PVD/PACVD (DLC – Diamond-Like Carbon) da América Latina.”
Fonte: La tribune